terça-feira, 27 de outubro de 2015

Minha vida ao vivo, capítulo 4, Voltei para o Brasil

28/10/2015

Já se passou mais de um ano desde que escrevi o capítulo 3. Estou morando no Brasil, passei naquelas provas, mas não consegui completar a maratona, acabei correndo 27 quilômetros. Não fiquei os dois anos e meio na França, fiquei apenas um ano e meio, o ser extremamente confiante que acreditava que o espírito dele brilhava não durou muito tempo.

Acabei escolhendo conhecer outros franceses durante minhas saídas e me distanciei dos amigos da faculdade, me arrependo disso. Aprendi que o tempo não volta atrás. Após ter me distanciado das pessoas, ir a aula se tornou penoso, várias pessoas me odiavam. Na école a gente tem que fazer parte de um projeto por ano, eu fiz parte de um grupo designado para projetar um painel de controle que dure mais para uma empresa francesa, não cumpri a minha parte, embora tenha me afogado em livros. Assuntos como mecânica e vibrações foram dados na école e eu não conseguia entender, minha confiança foi se abalando diariamente, nenhuma empresa me chamava para estagiar, todos me odiavam naquela faculdade, eu estava de saco cheio de falar francês...

Comecei a acreditar que a vida era feita de altos e baixos, e que eu estava passando por um baixo. Acreditei que o alto aconteceria quando eu retornasse ao Brasil. Comecei a perceber que aquela escola suscitava em mim memórias de um ser fraco, memórias ruins, percebi que as pessoas possuem personalidades diferentes para as línguas diferentes que falam e que minha personalidade em francês era a que eu menos gostava. Não estava gostando do que eu estava me tornando, não tinha perspectiva de uma vida feliz na frança, um ano é muito tempo.

Sem muito refletir, a possibilidade de me livrar de todos os problemas de uma só vez apareceu no meu cérebro, bastava eu largar aquela faculdade de merda e retornar para o Brasil, ainda vou me formar em engenharia pela Unicamp, está de bom tamanho. Enfim, fiz isso e hoje estou aqui, achei os textos da minha vida ao vivo enquanto mexia nas minhas ideias. Hoje percebo que eu era muito sexual na época, só pensava em conhecer o maior número de europeias possíveis, na verdade esse foi o real motivo do meu intercâmbio.

Quando decidi largar a école, ainda me restavam dois meses na França antes de começar as aulas no Brasil, aproveitei para sair muito com um grupo de Brasileiros que conheci. Nós nos auto intitulamos pepeka hunters, hahaha. Era um clima muito bom, nunca conheci uns caras que comeram mais mulher que eles. Como a faculdade deles era outra, eles conseguiam sair até dia de semana sem problema, e sempre me chamavam, eu devia ter feito ciências sem fronteiras. Foi numa saída dessas que conheci a Charlotte, uma francesa extremamente meiga e inteligente, embora a gente tenha dado certo, ela sozinha não conseguiu superar todas as outras vontades que me fizeram escolher retornar. Mantive contato com ela, e ofereci casa pra ela visitar o Brasil, o que pra mim foi uma experiência amorosa, pra ela foi o maior amor da vida. No meio desse ano ela veio visitar o Brasil e passamos três semanas juntos, me apaixonei por ela, e vou voltar para Lyon visitar ela no final do ano.





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